tag:blogger.com,1999:blog-85300213505419865962024-03-21T15:28:39.597-07:00Será só imaginação?Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.comBlogger137125tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-38671324980736059892012-09-19T18:01:00.000-07:002012-09-19T18:01:06.159-07:00Calendário<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF6YYnALBgo6wO-SmCRC5XR8-O9VdkCOdr6qTCHRhKs_lLDrWBLW6-ST2S7mM9HePH21hYkuH5YB9BYs0dyNbQxLQBy5xLcY-IkLzMmyai3MAIxv5vgPJKAOYJM69VwpWoGI3UO0V4Wre8/s1600/calendario.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="240" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF6YYnALBgo6wO-SmCRC5XR8-O9VdkCOdr6qTCHRhKs_lLDrWBLW6-ST2S7mM9HePH21hYkuH5YB9BYs0dyNbQxLQBy5xLcY-IkLzMmyai3MAIxv5vgPJKAOYJM69VwpWoGI3UO0V4Wre8/s320/calendario.jpg" /></a></div><br />
Eu sei, ficar aqui olhando pro calendário não vai adiantar. Contar os dias até que as páginas fiquem rotas não vai estreitar esse distância chamada tempo.<br />
Bom seria se eu pudesse pegar os dias do calendário como quem pega contas de um rosário. Eu bem que colocaria o dia 14 bem pertinho do dia 30. E se não bastasse essa peraltice, emendaria julho com setembro. E possuída de uma ousadia sem tamanho eu rasgaria algumas datas e pularia da Independência até o Natal. Só pra te ver.<br />
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<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-55308925957691737442011-12-04T17:01:00.000-08:002011-12-04T17:03:07.898-08:00Das coisas simplesEstava pensando que quando se é mais novo a gente espera demais das coisas. Não nos contentamos com um romance, queremos O romance. Daqueles parecidos com novela, com direito a antagonista, clímax e é claro, final feliz. Mas não pode ser nada facinho ou não tem graça. Imagine um romance sem litros de lágrimas derramadas, um obstáculo praticamente impossível e depois é claro, a recompensa. Não dá, né? <br />Pense numa história que começa com João que conhece Maria, se apaixonam, namoram, casam e tem filhos. O que esse povo vai contar pros filhos, pras vizinhas fofoqueiras, não vai nem virar tema de novela! Não teve uma traição, uma separação inesperada, uma prima invejosa que tentou roubar o namorado, uma doença incurável ou qualquer coisa parecida. Sem graça, né?<br />E a rotina? Ninguém pensa nas contas pra pagar, no cachorro que teima em fazer xixi dentro de casa, no filho doente, em comer arroz com feijão com o mesmo tempero todo dia. Queremos sexo diário e selvagem, com direito a cinta liga voando pela janela pra matar os vizinhos de inveja, com muito barulho e posições do kama sutra.<br />No trabalho também queremos ser os melhores. Nem é fazer o melhor trabalho, mas ser o melhor, o queridinho do chefe, o comentado e aplaudido pelos colegas, o ganhador de prêmios e mais prêmios.<br />Mas hoje em dia tenho achado essas ideias tão megalomaníacas. Parece que buscamos o inalcançável e esquecemos de cuidar do presente ou, ainda pior, achamos ruim aquilo que o dia a dia nos oferece. Como se fosse tudo muito pouco.<br />E aí a gente esquece que nossa vida não é novela, que não tem que ter fortes emoções em cada capítulo. Esquecemos que só vamos ter um grande amor se ele começar pequeno, que só vamos ser os melhores no trabalho se nos esforçarmos pra isso, e por aí vai. Não dá pra comer caviar todos os dias.<br />Estou cansada de esperar a recompensa que nunca vem. E ela não vem justamente porque a projeção era alta demais. Achamos que vamos mudar os outros pra que o final seja o nosso final feliz, ou que um dia nossa vida vai sofrer uma reviravolta e vai nos oferecer exatamente aquilo que achamos que merecemos, mesmo que seja demais.<br />Tenho pensado muito no básico, no que pra muitos é pouco. Um dia João e Maria se conheceram, como quem não quer nada. Ficaram amigos, se apaixonaram, namoraram, casaram, comem arroz com feijão com o mesmo tempero todos os dias, tiveram filhos e cantam pra eles ao anoitecer, não são celebridades, brigam com as crianças quando necessário, nunca posaram nus, juntam dinheiro para comprar uma casa, realizam o trabalho da melhor forma possível, dormem de conchinha, não ganham rios de dinheiro no fim do mês, são companheiros, deixam bilhetes carinhosos na porta da geladeira, não fizeram lipo ou colocaram silicone e riem das mesmas piadas, não necessariamente nessa ordem.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-46378565085445763352011-09-15T06:27:00.000-07:002011-09-15T06:28:54.885-07:00Desarme-se- Você só briga comigo!<br />- E tem como abraçar um porco espinho?!<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-34765379529095659662011-08-26T09:12:00.000-07:002011-08-26T09:56:38.260-07:00Até tu, Brutus?Sempre gostei muito de algumas frases históricas, dessas ditas no passado e que ecoam mesmo depois de tanto tempo. "Se vocês não tem pão, que comam brioche!", dita por Maria Antonieta, rainha da França que achava que existia a opção brioche para os esfomeados plebeus. "L'état c'est moi" (O estado sou eu), proferida pelo rei Luiz XIV, também da França, no seu arroubo absolutista.
<br />Mas de todas as frases que guardo na memória desde o meu tempo de estudante, a que mais tem me tocado ultimamente é "Até tu, Brutus?". Essa foi dita pelo imperador romano Júlio César. Vítima de uma conspiração de senadores, ele foi atacado e apunhalado. Entre os algozes do imperador estava Brutos, seu filho adotivo.
<br />Fico imaginando a decepção de Júlio César. Não eram apenas conspiradores, dentre eles estava o próprio filho, aquele que recebeu nos braços, criou, educou e dedicou-lhe se não amor, no mínimo um pouco de tempo.
<br />Uma traição é um golpe duro, mas traição vinda daquele que você acreditava ser incapaz de fazer isso é mais que um soco no estômago, mais que um chute no saco, mais que um tapa na cara em público. É uma traição dupla. Primeiro pelo motivo pelo qual isso aconteceu e depois, e o pior, pelo fato de você não ter mais em quem confiar. O descrédito totalm, em relação aos seres humanos, se instala.
<br />Às vezes confiamos nossos segredos a alguém e compartilhamos os atos comezinhos de nossas vidas a tal ponto que essa pessoa passa a ser muito importante pra gente. E aí começamos a achar que, por nos conhecer tão bem, por ter vivido tantas histórias conosco, esse outro vai cuidar da gente. Quando digo cuidar, não é no sentido de prover algo, mas de ter cuidado, de não machucar, de não magoar. Mas nem sempre a recíproca é verdadeira e é aí que vem a grande decepção.
<br />Algumas pessoas, pensando apenas em si, agem sem considerar o mal que podem causar aos outros. Não precisa apunhar como Brutus. Mentiras, trapaças, descaso, indiferença, egoísmo são como apunhaladas, capazes de ferir qualquer coração que ama e, principalmente, confia.
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<br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-91781185756273351252011-08-22T11:06:00.001-07:002011-08-22T11:07:54.643-07:00VingançaDepois de tanta indiferença, tanto amor não compartilhado, tantos convites recusados, tantos sonhos e desejos não realizados, decidiu fazer uma vingança: viveu feliz sem ele.
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<br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-79798546158841129152011-08-18T11:12:00.000-07:002011-08-18T11:15:09.082-07:00ObjetosTrabalhando em um jornal policial, tenho percebido, com certo espanto, o crescimento de crimes chamados passionais. Crimes em que "mata-se por amor" (como se amor fosse isso). Hoje, mais uma vez tive que noticiar que uma mulher foi morta pelo ex-marido,inconformado com a separação.
<br />Ela, como outras tantas mulheres que aparecem em nossos noticiários, foi
<br />morta simplesmente porque disse não.
<br />Estamos em uma época em que a mulher é tratada como objeto ou bicho, gostosa, potranca, cachorra, melancia, pera, minha, sempre minha. Objetos de desejo, levadas para a cama, usadas, descartadas depois. É assim mesmo, descartáveis.
<br />O homem usa, se sacia e a mulher não tem direito nem de dar um basta em tudo isso. "Ah, tá, não me quer mais? Eu te mato!". Bem assim, como um copo de plástico que não tem mais serventia.
<br />Jogada no lixo da indiferença, do ódio, da violência.
<br />Estamos na época do tudo ou nada. Ou fica pra sempre (sob risco de apanhar ou morrer) ou não tem compromisso (o famoso ficar).
<br />Relacionamentos saudáveis, nem pensar, né?
<br />O homem tem que ter consciência, e isso parte de nós mulheres, de que somos seres humanos, dotados de sentimento e racionalidade. Temos direito de escolha, inclusive escolha de pararmos de ser uma estatística na matemática masculina: "Hoje peguei 5! Há há há", para delírio e gozo dos amigos. Não, aquela mulher não é mais um número,muito menos um órgão sexual ambulante, ela tem uma história, emoções, amigos, família e principalmente coração. E merecem respeito.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-10503701933009833982011-02-24T14:37:00.000-08:002011-02-24T14:38:36.540-08:00No consultório médico- Temos um quadro de apatia amorosa causada por inanição de amor.<br />- E isso é grave, doutor? Tem cura?<br />- Vou passar um remédio.<br />- Qual? <br />- Ele.<br />- Tem como manipular?<br /><br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-15496966963492959702011-01-12T10:49:00.000-08:002011-01-12T10:58:09.340-08:00CiclotimiaEla brincava na gangorra sozinha. Ora ela estava em cima de um lado, ora ela estava em cima do outro lado. Não fazia ideia de como conseguia ir tão rápido de uma ponta a outra do brinquedo.<br />De um lado a euforia. Era como se fosse explodir de alegria. Nada poderia apagar aquele sorriso. Era a melhor amiga, a melhor amante, a melhor filha, a melhor irmã, a mulher mais engraçada. Com a inspiração a mil, podia criar qualquer coisa e vencer qualquer desafio. O vento soprava-lhe os cabelos e ela sorria.<br />Do outro lado a depressão. Tudo lhe doia. Viver era difícil e ela não entendia como as coisas podiam ser tão complicadas. Queria abraçar todo mundo, como criança que agarra a mãe em noite de pesadelo. Tinha medo de ficar só. Não conseguia explicar isso e acabava afastando as pessoas. As lágrimas corriam-lhe pela face.<br />Cansada da gangorra, um dia ela desceu, entrou no consultório médico e pediu: "Me dê alguma coisa que faça o mundo ficar minimamente suportável".<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-35013953637776150462011-01-09T11:53:00.000-08:002011-01-09T11:54:55.426-08:00Saudade IIFalaram de você ontem na mesa do bar. Eu me calei. O engraçado é que antes haviam me perguntado se eu sentia falta de um outro alguém, respondi que não. Mas de você eu sinto. De você tenho sentido muita falta. <br />Preciso materializar essa saudade. E-mails, MSN e mensagens não adiantam mais. Preciso solucionar essa saudade com um abraço apertado e um beijo longo.<br />Pensei em te chamar para ir ao cinema. Quem sabe aquele filme do Clint Eastwood. Mas pode ser cinema, barzinho, caminhada no parque ou um passeio na lua, não importa. Eu só quero estar com você.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-75312955545396562632011-01-07T10:13:00.000-08:002011-01-07T10:20:52.645-08:00SaudadeEra como se o coração tivesse ficado pequeno e o espaço entre o órgão e as costelas se agigantado. O ar comprimia-lhe o peito. Na cabeça um misto de tristeza e alegria. No rosto um sorriso bobo e um olhar distante. Ela pensava em todos os bons momentos que viveram juntos e lhe dava uma vontadade danada de beijá-lo novamente.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-12531371154027426892010-12-16T15:05:00.001-08:002010-12-16T15:05:36.725-08:00PerdendoE ela já estava tão cansada de perder pessoas que começou deixá-las antes que elas o fizessem. E assim disse tudo o que lhe veio à cabeça, apressou as coisas, criou confusão, gritou quando deveria calar, calou quando deveria falar, esperneou, se vestiu de feia, parou de comer e foi mais ansiosa que a ansiedade poderia ser. Mas não, ela não se tornou mais feliz por isso. E um dia morreu de ciúmes ao ver que um outro alguém deixava um recado carinhoso para quem ela gostava.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-20235291145885262922010-12-11T10:10:00.001-08:002010-12-11T10:10:51.901-08:00A loucaPor que?, era o que mais se podia ouvir das palavras que lhe saiam da boca desesperada. Naquele dia ela gritou a casa sem móveis, a louça quebrada, o lustre sem lâmpada, a mancha no carpete novo. Ela não só gritou como arranhou o rosto, pintou as paredes e jogou tinta no vestido. Bailou sem música e rodopiou com os olhos de uma louca. Se despiu das sandálias e dos óculos, desfez o penteado.<br />Tudo porque ela não entendia o que lhe acontecia. O que teria feito? O que não? Será que já não era suficiente? Mas o tempo, ah o tempo, sempre lhe pedia mais e sempre lhe trazia menos. Logo ela que só queria um ombro para repousar a cabeça e uma mão para acolher a sua, tinha que ser forte. Tinha que demolir o mundo se preciso e reconstruí-lo inúmeras vezes, e de novo e de novo e de novo, até não se sabe quando.<br />E gritava e gritava e gritava. Até que sua úlcera estourou em dores, até que seus tímpanos não ouviam mais, até que o coração disparou, até que o mundo parou para ver o quanto lhe era injusto. E o grito virou uivo e as lágrimas soluços e nada nem ninguém podia consolá-la.<br />E todos aqueles que passaram por ela naquela manhã sentada ali na mesa do escritório não entenderam a razão dela estar tão quieta olhando para o horizonte. Tão silenciosa em meio a toda aquela gente.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-60423942510550621282010-10-01T11:38:00.000-07:002010-10-01T12:05:30.153-07:00TelefonemaUm dia depois de vê-la com outro na fila do cinema ele liga:<br />- O que você quer? Me passar ciúmes?<br />- Não. Tocar a vida sem você...<br />- E porque você não me contou?<br />- Você estava ocupado demais com cálculos, planilhas, correndo com o trabalho...<br />Em um segundo fez-se o silêncio de um mês de telefonemas não atendidos e desculpas dadas por e-mails...<br />Tu-tu-tu...<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-7808901223385278162010-09-19T16:31:00.001-07:002010-09-19T16:31:28.538-07:00PressaÀs vezes é preciso falar silenciosamente com um abraço, ver com os lábios, escutar com os olhos e sentir arrepios com um toque. Ter saudade é ter pressa.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-16973571833727933242010-08-17T10:09:00.000-07:002010-08-17T10:10:04.704-07:00AnsiedadeÀs vezes tenho vontade de gritar e então grito por dentro até que meus tímpanos estourem. Mas isso não muda nada. Aliás, o que irá mudar tudo isso? Pergunta sem resposta...<br />É que quase sempre o tempo passa muito devagar. Ou será que estou com muita pressa? Paciência! Mas nem tenho paciência para tê-la...<br />Poupem-me das desculpas. Ajam, ajam, ajam... Já!<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-25145569540819254182010-07-02T09:41:00.001-07:002010-07-02T09:43:14.493-07:00Esperança<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLRm4qY4xd33sAlj5HeXUT-daLsj6V773-fLGK9xagwMe2KCtLkujmBviJok1HPwLpgEvOUEMTu11s63ImJKUhokK88OgFHB7SxB2cTdxACFHy4qLgh3Pup_6zI-yCF83NxKScTHeGXFo7/s1600/sonho.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 184px; height: 169px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLRm4qY4xd33sAlj5HeXUT-daLsj6V773-fLGK9xagwMe2KCtLkujmBviJok1HPwLpgEvOUEMTu11s63ImJKUhokK88OgFHB7SxB2cTdxACFHy4qLgh3Pup_6zI-yCF83NxKScTHeGXFo7/s400/sonho.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5489350345526583938" /></a><br /><br />Na padaria:<br />- Um pão e dois sonhos, por favor.<br />Deliciou-se vagarosamente e pode ver até o amanhã...<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-36279611424598677802010-06-25T10:06:00.000-07:002010-06-25T10:16:44.695-07:00Solidão<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCWmh4Lke62QyqucoPKFRI6s_iq3mnPbbhd9NINYjYodNifNgHkWAUup3Soq0AJSYBLz8oz_mFaSVPxQPdqG93bHIXMyxui_TOKEy5nH35LAkegoArq0BosqQ8O9a2JqoBmUAkmaVgwICi/s1600/maurrem.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 260px; height: 260px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCWmh4Lke62QyqucoPKFRI6s_iq3mnPbbhd9NINYjYodNifNgHkWAUup3Soq0AJSYBLz8oz_mFaSVPxQPdqG93bHIXMyxui_TOKEy5nH35LAkegoArq0BosqQ8O9a2JqoBmUAkmaVgwICi/s320/maurrem.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5486761108534205058" /></a><br /><em>Foto: Maureen Bisilliat</em><br /><br />Como alguém pode se sentir sozinho em meio a mais de seis bilhões de pessoas? Pois ele se sentia. Sentia falta de um único alguém que ainda não havia chegado e que não sabia se viria. Em meio a tantas pessoas certas que se importavam, sempre preferiu as erradas. Então foi isso o que sobrou, essa longa solidão sem limites, essas asas que não podiam voar.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-58055694958232611712010-05-31T10:44:00.000-07:002010-05-31T10:50:49.348-07:00Wonderland“As coisas não fazem mais sentido. Vou desaparecer por um tempo. Por favor, não se preocupem”<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-64965887652282886922010-05-22T06:49:00.001-07:002010-05-22T06:49:47.068-07:00Por AlicePegou a carta, dobrou e guardou no bolso da camisa, bem perto do peito. Tinha que impedir essa loucura de Alice, afinal tinham sido feitos um para o outro, ele sentia isso.<br />Correu até a caixa de pertences e apanhou tudo o que poderia vender. Empenhou até mesmo as jóias que a mãe havia deixado de herança. É que perto de Alice ele esquecia do resto do mundo.<br />Correu até a estação e tomou o primeiro trem para o litoral, dez horas de viagem. É que perto de Alice o coração batia mais forte. <br />Desceu do trem, correu até o porto e entrou no primeiro navio que atravessaria todo aquele imenso oceano que os separava. É que perto de Alice as pernas dele tremiam.<br />Naqueles meses sentiu enjôo, fome, tédio e vontade de pisar em terra firme. Mas com Alice ele pensava no futuro.<br />Uma noite a tempestade veio forte, balançou o navio, sacolejou, o jogou para lá e para cá, até que naufragou. Mas ele não podia morrer porque ainda não havia beijado Alice e é claro que aquela existência só estaria completa quando os dois estivessem juntos.<br />Se debateu na água, ora afundava, ora vinha à superfície. Lutou contra o mar revolto, se agarrou a um pedaço do navio, acordou boiando. Alice tinha olhos cor de mel.<br />Ficou à deriva, rezou, pediu a Deus, tomou chuva, pegou insolação, teve medo dos tubarões. Mas Alice tinha cabelos anelados e louros, como um anjo.<br />Um dia apareceu um navio cargueiro que o resgatou. Como tinha vontade de ter noites de amor com Alice.<br />Foi levado para um hospital em terra firme. Teve alta. Trabalhou, juntou dinheiro, viajou. Pegou trem, ônibus, andou a pé, pediu carona e finalmente chegou à cidade de Alice. Enquanto caminhava à procura do endereço ia pensando no que fariam dali para frente. Amar-se-iam todos os dias, ele deixaria poemas para ela todas as manhãs antes de trabalhar, dançariam ao entardecer, ririam juntos, correriam pela casa, teriam filhos, contariam para os netos aquela incrível história de amor que começou um dia logo depois da saída da folia. <br />Sentiu o coração pequenino como se o peito o estivesse comprimindo, as pernas ficaram bambas. Estava do outro lado da rua quando, de repente, a porta da casa se abriu. Algumas crianças saíram correndo, uma, duas, três... seis, atrás delas uma negra. Então ele ouviu uma voz que veio de dentro da casa. Sim, era Alice! Respirou fundo, se preparou para aquele tão esperado momento. Ela finalmente apareceu. Ficou encostada no parapeito da porta ralhando alguma coisa com os meninos.<br />Aqueles não eram os olhos meigos de Alice, aquela não era a face doce de Alice, aquela não era a voz serena de Alice. Ela estava machucada pelo tempo, endurecida. Então ele relembrou a carta: “Está tudo acabado entre nós, tudo não passou de um amor de crianças. Vou me casar com outro”. Naquele instante Alice pareceu tão gente. Podia ser? Sim, Alice não passava de mais um alguém comum.<br />O coração já não batia acelerado, as pernas não tremiam, já podia pensar em todo o mundo. Virou a esquina e foi embora. Desapareceu como se nunca houvesse estado ali.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-39032946403937832232010-05-02T09:22:00.001-07:002010-05-02T09:23:28.160-07:00Protesto contra a falta de tempo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrtnFlidVRsHtauGXfvNmmsJKtJvuBsFT_W4thLtD20j4PFRPyUCVKRfqKnx3sb3CUQVug3VUaIrt4couj1GAR4BjgeXT6J9mdNeQBPaf5fkqN63kecV4ylKsU6nI9l3PMvihXEl8cWTmm/s1600/relogio1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 322px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrtnFlidVRsHtauGXfvNmmsJKtJvuBsFT_W4thLtD20j4PFRPyUCVKRfqKnx3sb3CUQVug3VUaIrt4couj1GAR4BjgeXT6J9mdNeQBPaf5fkqN63kecV4ylKsU6nI9l3PMvihXEl8cWTmm/s400/relogio1.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5466709084502671554" /></a><br /><br />Resolveu fazer um protesto silencioso contra todos aqueles que não tem tempo para quem os ama. Estava farta da falta de esforço alheia em achar alguns minutos entre um trabalho e outro para um telefonema. Não agüentava mais e-mails não respondidos, as mensagens perdidas no espaço como se nunca houvessem chegado e as visitas canceladas. Em meio a toda correria, o trânsito congestionado, os jantares de gala, os compromissos inadiáveis decidiu parar. Não disse nada durante uma semana. <br />Pena que eles não notaram, estavam muito ocupados...<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-5620403927449423152010-04-23T06:35:00.001-07:002010-04-23T06:35:45.118-07:00GenteAcordou. Abriu lentamente os olhos e ainda estava tudo lá como na noite anterior. Sim, era verdade. Ele havia partido. Deu um salto. Arrancou apressada o lençol, a colcha, as fronhas dos travesseiros. Correu até a máquina de lavar, queria se livrar de tudo aquilo. Teve uma ideia melhor. Pegou um litro de álcool e fósforos. Voltou para o quarto. Jogou tudo sobre a cama e fez uma fogueira. Escolheu o vestido mais bonito e saiu pensando: Hoje eu preciso de gente.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-54919848098999446042010-04-18T17:14:00.000-07:002010-04-18T17:15:31.446-07:00Quando o muito é muito poucoRosa me chamou pra sair, Lia diz que fez promessa e está até freqüentando a novena pra ver se eu namoro com ela, Marli me jogou charme, mas é de você que eu gosto. Sei não, é que esse nosso amor sem juízo parece que nasceu na contra mão. <br />Eu finjo que não vejo você jogando charme pra outro, que não tenho ciúmes e que não me importo quando some, mas não dá mais não. <br />Esses dias um amigo veio perguntar porque é que a gente não resolve se acertar e firmar um compromisso. Mudei de assunto, falei que tinha que comprar presunto e sai na correria. É que não achei jeito de falar que você não quer.<br />Num sei o que é que eu faço pra te mostrar que a gente pode dar certo. Você diz que me ama, depois some, vai embora e aparece só no outro mês. Fico aqui pensando que desse jeito não basta só amar. <br />Talvez seja melhor a gente encarar logo isso. Você diz sim, ficamos juntos, se não der certo a gente termina igual todo mundo: “O problema não é com você, é comigo...”. Vai um pra cada lado e pronto. É que assim, do jeito que a gente está, o muito que você diz me dar é pouco pra mim.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-7108669359593641992010-03-17T07:32:00.000-07:002010-03-17T07:33:37.528-07:00CoragemEntrou no consultório do cardiologista.<br />- O que o senhor está sentindo?<br />- É que às vezes meu coração acelera, minhas pernas ficam bambas, minhas mãos ficam geladas...<br />- Hum... Mais alguma coisa?<br />- Ah, meus pensamentos...<br />- O que tem seus pensamentos?<br />- Ficam caóticos. Eu penso numa coisa e digo outra, quero andar pra um lado e vou pra outro e isso sem contar numa espécie de cegueira momentânea.<br />- Cegueira?<br />- É. Sabe quando tem um monte de gente num lugar e você só consegue olhar pra uma pessoa?<br />- Entendo... E quando é mesmo que o senhor é acometido por esses sintomas?<br />- Quando?! É... é...<br />- Se o senhor não me falar eu não posso fazer o diagnóstico...<br />- Quando eu vejo uma amiga minha...<br />- Uma amiga? Hum... sei...<br />- Sabe como é, né, doutor?<br />- E como é?<br />- Ah, também não sei direito... Um dia a gente se conheceu numa lanchonete, começamos a conversar, viramos amigos e agora, anos depois tá acontecendo essas coisas esquisitas... Doutor, é grave?!<br />- Bom, grave não é. É sério... O senhor está com uma doença chamada paixão, que tem fortes tendências a se agravar e virar amor...<br />- Ai meu Deus! Não me fale uma coisa dessas, doutor! E agora, o que eu faço? Tem algum remédio pra isso ou será que se eu fizer repouso absoluto passa?<br />Como resposta ouviu uma gargalhada. O único problema ali era falta de coragem...<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-21441757955851993322010-03-01T13:55:00.000-08:002010-03-01T13:56:20.460-08:00Samba lelêEsse é meu primeiro post depois do acidente doméstico que sofri no dia 17 de fevereiro. Era uma madrugada chuvosa e eu levantei para fechar a janela da sala. Escorreguei na água que entrava por ela e cai. Bom, pelo menos acho que foi isso, já que não me lembro do que aconteceu.<br />É que bati a cabeça com força suficiente para me fazer esquecer dois dias antes do acidente (e o acidente também). A última coisa que me lembrava foi de ter visto um homem prateado (desses que pedem dinheiro no sinaleiro) bebendo cerveja num barzinho perto do shopping Flamboyant (também, quem esquece de uma cena dessas?).<br />Mesmo com a cabeça quebrada (uma espécie de Samba lelê como da música) consegui ligar para um amigo, pedir socorro e ainda abrir a porta do apartamento pra ele. Depois de passarmos por vários hospitais fomos parar no Hospital de Urgências de Goiânia, o Hugo. Lá descobriram um corte na minha cabeça que me rendeu oito pontos e uma clavícula quebrada. <br />O mais engraçado é que enquanto meus amigos estavam loucos de preocupação comigo, eu viajava. Nos meus delírios revi todas as cenas de filmes e peças de teatro que gosto. Eu via a artista mexicana Frida Kalo desenhando borboletas no gesso, logo depois entrava num túnel negro e via as ruas de Paris em “O fabuloso destino de Amelie Poulin”, aí eu pensava “será que ainda sei falar francês?”, mas não dava tempo de formular nenhuma frase no idioma porque eu já estava no Teatro Goiânia assistindo a peça “O Cabra que matou as cabras” e vendo o ator principal do espetáculo derrubando todas as luzes do palco, entrava de novo no túnel e via uma atriz mostrando os seios e brincando como se eles fossem olhos na peça “Preciso olhar”. Mas de repente eu voltava e estava no corredor de um hospital de frente para um homem todo machucado por causa de um acidente, mas eu não entendia a gravidade daquilo, parecia uma das imagens que edito no trabalho.<br />Isso sem contar nas inúmeras perguntas, quer dizer, nas algumas perguntas que fiz inúmeras vezes, tais como: Onde estou? O que aconteceu? Que horas são? ou O que o Lucas tem a ver com essa história? Eram perguntas que parece que não me davam resposta e então eu as repetia várias vezes sem ouvir o que me respondiam.<br />E assim eu fiquei um dia inteiro: doida doida. Depois de duas ressonâncias magnéticas que não deram nada, fui liberada para ir para casa e proibida pelo enfermeiro de deixar a janela aberta durante a noite!<br /> O engraçado é que podia ter morrido, visto que minha janela não tem grades (o que já está sendo providenciado), mas eu não tive medo disso. Pra falar a verdade, ainda não tenho. Acho que tenho aproveitado bem a vida e não consegui lembrar de algo para me arrepender.<br />Ah, antes que me esqueça, a memória está voltando aos poucos!<br /><br />E a propósito: Obrigada anjos (terrestres ou não) que me salvaram!<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8530021350541986596.post-87495499667550648552010-01-31T04:58:00.001-08:002010-01-31T04:58:34.589-08:00Caixa de presentesPassou o dia todo recortando papeis. No chão, onde cantarolava, podia-se ver lápis de cor, tinta e giz de cera. Quando terminou, colocou tudo dentro de uma grande caixa branca e amarrou com um laço vermelho.<br />- Pronto!, sorriu como se tivesse ganhado o prêmio por escalar o Everest.<br />Caminhou até a esquina. Bateu na porta e esperou enquanto ouvia passos lentos que caminhavam a seu encontro. Do outro lado ele atendeu com a mesma cara triste dos últimos meses.<br />Ela estendeu o presente sem dizer palavra. Ele apanhou a grande caixa branca que estava muito leve. Abriu o laço, tirou a tampa e pode ver inúmeras boquinhas feitas de papel e cor.<br />- O que é isso?<br />- É felicidade...<br />E uma explosão de gargalhadas invadiu a sala.<br /><br />Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.<div class="blogger-post-footer">Fotos e textos desse blog só podem ser utilizados em outros locais depois da minha autorização.</div>Mayara Vila Boahttp://www.blogger.com/profile/02044868590521037090noreply@blogger.com1