quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ciclotimia

Ela brincava na gangorra sozinha. Ora ela estava em cima de um lado, ora ela estava em cima do outro lado. Não fazia ideia de como conseguia ir tão rápido de uma ponta a outra do brinquedo.
De um lado a euforia. Era como se fosse explodir de alegria. Nada poderia apagar aquele sorriso. Era a melhor amiga, a melhor amante, a melhor filha, a melhor irmã, a mulher mais engraçada. Com a inspiração a mil, podia criar qualquer coisa e vencer qualquer desafio. O vento soprava-lhe os cabelos e ela sorria.
Do outro lado a depressão. Tudo lhe doia. Viver era difícil e ela não entendia como as coisas podiam ser tão complicadas. Queria abraçar todo mundo, como criança que agarra a mãe em noite de pesadelo. Tinha medo de ficar só. Não conseguia explicar isso e acabava afastando as pessoas. As lágrimas corriam-lhe pela face.
Cansada da gangorra, um dia ela desceu, entrou no consultório médico e pediu: "Me dê alguma coisa que faça o mundo ficar minimamente suportável".

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domingo, 9 de janeiro de 2011

Saudade II

Falaram de você ontem na mesa do bar. Eu me calei. O engraçado é que antes haviam me perguntado se eu sentia falta de um outro alguém, respondi que não. Mas de você eu sinto. De você tenho sentido muita falta.
Preciso materializar essa saudade. E-mails, MSN e mensagens não adiantam mais. Preciso solucionar essa saudade com um abraço apertado e um beijo longo.
Pensei em te chamar para ir ao cinema. Quem sabe aquele filme do Clint Eastwood. Mas pode ser cinema, barzinho, caminhada no parque ou um passeio na lua, não importa. Eu só quero estar com você.

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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Saudade

Era como se o coração tivesse ficado pequeno e o espaço entre o órgão e as costelas se agigantado. O ar comprimia-lhe o peito. Na cabeça um misto de tristeza e alegria. No rosto um sorriso bobo e um olhar distante. Ela pensava em todos os bons momentos que viveram juntos e lhe dava uma vontadade danada de beijá-lo novamente.

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