segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Desafinado

Foto: Divulgação

Eu poderia contar muitas coisas sobre “Os Desafinados”, filme de Walter Lima Jr. Poderia falar da trilha sonora que é maravilhosa com toda aquela Bossa Nova; talvez valeria a pena contar sobre filmes feitos dentro do filme pelo cineasta Dico (personagem de Selton Melo) e a referência que ele faz a nomes do cinema como Dib Luft e Antonione; escreveria sobre que quero ser como a Glória (personagem de Cláudia Abreu) quando eu crescer. Ela, depois de descobrir que Joaquim é casado se vinga tomando banho de banheira na frente dos amigos dele; poderia falar de como as cenas do Golpe Militar de 1964 são bem produzidas. Na verdade, havia muita coisa para se falar, já que gostei bastante do filme (tirando algumas coisinhas como a voz do playback da Cláudia Abreu), mas não vou escrever sobre nada disso. Aliás, muito já foi escrito sobre o filme.
Me detenho noutro assunto:
Ele tem cabelo liso, preto, um pouco grande, barba por fazer ou cavanhaque, óculos redondo estilo John Lenon e é graciosamente desafinado. O nome? Joaquim (Rodrigo Santoro). É um dos músicos de “Os Desafinados”. Deixa no Brasil a mulher grávida e vai com a banda para Nova York. Lá, quando passeava pelo Central Parque ouve uma música conhecida tocada na flauta. O moço, munido do violão, acompanha a desconhecida que toca a flauta e canta ao mesmo tempo: “Copacabana, princesinha do mar...”. Olhos nos olhos, aí já viu, né? Não dá outra, se apaixonam.
Ela é Glória, uma brasileira moderna que mora sozinha em Nova Iorque. E é no apartamento dela que Os Desafinados ficarão durante o período em que permanecem nos Estados Unidos.
Tá tudo muito bom, tudo muito bem. “Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim”. Maior chamego entre Joaquim e Glória até que a mulher dele liga para desejar feliz aniversário: Surpresa! A vida não é como comercial de margarina e muito menos como conto de fadas.

Um homem, duas mulheres, o amor, a paixão descontrolada, a distância, o trabalho...

“Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração”. (Tom Jobim e Newtom Mendonça)


Textos e imagens desse blog só podem ser publicados e/ou utilizados em outros locais com autorização da autora.

Nenhum comentário: