Há pouco mais de um ano eu criei esse blog. Nossa, como o tempo passou rápido! Tão rápido que só hoje percebi que esse meu espaço aqui já deveria ter feito aniversário.
Li o primeiro post e ainda tenho as mesmas dúvidas e a mesma ânsia de escrever. Sim, várias coisas aconteceram, boas e ruins, mas ainda tem um coração “estúpido, ridículo e frágil” batendo por aqui. É claro que ele tem algumas cicatrizes a mais, alguns remendos, feridas curadas e profundezas ainda inexploradas.
E é esse coração que inventa histórias, que fala empolgado das coisas, que lamenta e que se exalta nesse espaço chamado blog que de tão meu passou a ser de todo mundo. Letras, palavras, frases, que, uma a uma, vão deixando nas entrelinhas alguma mensagem pra você, assim como naquela história infantil em que os personagens jogam pedaços de pão para marcar o caminho. (Só espero que os pássaros não comam os pães que joguei por aí).
Aqui posso escrever o que quiser. É o espaço das coisas não ditas por outros meios, é o local exato das palavras que devem ser inauditas, onde as histórias ficarão seguras, onde não há riscos e nem culpa. E é também aqui que posso sonhar que alguém de muito longe pode me ler.
“Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem...sem que ele estale.
Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma. Não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! Vai inundando tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos -voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubrocomo é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam).”
Carlos Drummond de Andrade em Mundo Grande
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