quinta-feira, 23 de julho de 2009

“Boi”, o amor entre um ser humano e um animal

Foto: Layza Vasconcelos


Zé Argemiro (Guido Campos), um menino pra lá de diferente dos outros meninos, só quer saber de estar na companhia dos bois. Gosta de ver a nuvem de poeira que os animais fazem ao pisar o chão do cerrado, gosta de banhar-se no rio com os bichos, gosta de acompanhá-los até mesmo à noite. Ama o boi Dourado.
Ele cresce e essa esquisitice preocupa a mãe. Para uma mulher sertaneja, que lida na roça, o melhor é que o filho case logo. Para isso há as filhas de um compadre, Das Dores e Dos Anjos. Zé Argemiro pode escolher entre a meiguice de Dos Anjos, que serve café quente e o fogo de Das Dores, que serve café frio.
Para a dor de Argemiro ele escolhe Das Dores. Logo a mulher começa a ter ciúmes de Dourado. É que o marido dá mais atenção ao boi que a ela. Mas o pior é que ele vai se tornando meio bicho, meio gente. Para Das Dores até a língua do esposo é áspera como a do animal. Louca de ciúmes, Das Dores planeja algo macabro para que Zé Argemiro se afaste do boi que tanto ama.
Essa é a peça “Boi”, com texto original de Miguel Jorge, direção e adaptação de Hugo Rodas. Todos os personagens são representados por Guido Campos. Um exercício e tanto para o ator que tem que se desdobrar em múltiplos personagens. Apenas a mãe de Zé Argemiro ficou muito parecida com a mãe do personagem de “A Terceira Margem do Rio”, monólogo também apresentado pelo ator. Guido mostra um excelente trabalho corporal que pode ser visto em cada cena, cada movimento e é claro, quando ele dança no palco.
A iluminação ajuda a compor o cenário de penumbra e de mistério. A luz ajuda a perguntar: Onde é que isso tudo vai parar?
O cenário é composto por uma mesa e o fundo do palco é coberto por placas de alumínio que refletem o que se passa em cena com determinado tipo de luz. O que faz com que algumas cenas fiquem realmente lindas, refletidas inúmeras vezes ao longo do material.
Quem for assistir, não esqueça de pegar as bandeirolas no começo do espetáculo! Tudo pelo bem da interação da platéia com o espetáculo, é que esse negócio tá na moda!


“Boi” foi apresentada no teatro Goiânia Ouro entre os dias 18 e 20 de julho.
Quem ficou com vontade de assistir, será reapresentada hoje, dia 23 e dia 30 às 21h também no Goiânia Ouro.

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