quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Meu primeiro amor

Esse último fim de semana assisti, dentro da programação do Goiânia em Cena, um documentário chamado “O Tablado e Maria Clara Machado”, de Creuza Gravina. Como o nome já diz, o filme fala sobre Maria Clara Machado, que foi uma dramaturga brasileira que escreveu várias e importantes peças teatrais infantis. São delas textos como “Pluft, o fantasminha”, “A menina e o vento”, “A bruxinha que era boa” e “O cavalinho azul”.
Fiquei muito emocionada com o filme porque lembrei da minha infância. A primeira peça que assisti foi “Pluft, o fantasminha”. Eu deveria ter cinco ou seis anos e a escola nos levou para o teatro São Joaquim para assistir. Gostei tanto que ainda me lembro da história do fantasminha que tinha medo de gente. Quando as cortinas se abriram surgiu um Pluft assustado que perguntava pra mãe: “Mamãe, gente existe?”. Eu ficava olhando aquilo e pensando que eu é que tinha medo de fantasma!
Adorei a mãe que ligava pra prima Bolha no telefone 000-0000 e ficava um tempão conversando. Ela também fazia pastel de vento com suco de já acabou. Naquela idade eu também queria o lanche do Pluft.
Me lembro de ter assistido “Pluft, o fantasminha” mais uma vez no ano seguinte com a escola. Não sei se foi aí que começou a minha compulsão por assistir peças de teatro mais de uma vez (isso para não dizer 4, 5, 6 vezes), mas com certeza meu amor por teatro começou com aquela peça.
Alguns anos depois, quando eu estava na terceira série, o Adércio, diretor de teatro da escola (com quem eu faria teatro na minha adolescência) precisou de algumas crianças para fazer figuração em uma peça que ele montava com os alunos do segundo grau. Lá fui eu me vestir de bichinho e ficar no canto da cena. Me lembro do ensaio em que as crianças participaram e era um tal de narradora pra cá, narradora pra lá. Eu não sabia direito o que significava narradora da peça, mas achava que devia ser alguém importante.
Depois da peça, resolvi fazer teatro com meus vizinhos. Reunimos várias crianças, bolamos uma peça que se passava numa floresta e tinha a briga de uma bruxa e uma fada. Eu, que não queria aparecer , e como era a mentora intelectual da brincadeira, dirigia a peça, mas ser narradora era mais chic. Então, fiquei sendo a narradora do teatro, mesmo não narrando nada.
Ensaiamos semanas até chegar o dia de apresentar. Convidamos as pessoas da rua e representamos no quintal da minha casa, debaixo do pé de abacate. Lembro que a música final começava assim (cantada com todos de mãos dadas):
“A bruxa virou amiga dos homens e dos animais...”
Para nós foi um sucesso, mas as mães acharam meio curto. Aí, resolvemos fazer um show de calouros pra prolongar um pouco mais o espetáculo.
Depois disso, fizemos mais uns dois teatros. Mas paramos por falta de locais para apresentar e incentivos familiares. Mas meu amor por teatro não morreu, muito pelo contrário, só aumentou...

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Um comentário:

Unknown disse...

Olá,

Sou a diretora do filme "O Tablado e Maria Clara Machado", já lhe enviei um mail anteriormente, mas mais uma vez digo que fiquei feliz com o que você escreveu, bom saber que se emocionou com o filme. Bem... venho lhe convidar para a proxima exibição do mesmo. Pode divulgar para quem quiser, a entrada é franca:

O Tablado e Maria Clara Machado
V Ibero Brasil Cine Festival
Planetário da Gávea - Sala Sérgio Menge
3 de setembro - qui - 19h

abraço,
Creuza