sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Cachorro de feira


Foto: Internet
“Chega! Não quero brincar disso mais não!”, ela grita pela janela. Lá embaixo, um grupo de choro canta ‘Carinhoso’.
Às vezes, ela se cansa de ficar sozinha. Nesses dias, tem vontade de fazer como aqueles cachorrinhos que são vendidos na feira. Aqueles mesmo que você passa e eles estão lá com olhinhos marejados e esbugalhados. E se você finge que não viu, eles ainda choram bem baixinho só para que não resista. E você não resiste e o acaricia. Daí, ele late, abana o rabinho e dá até piruetas.
Mas ela não está na posição de quem é escolhida e sim na de quem escolhe. E ela escolhe demais. Aí ela pensa: “Eu faço tudo errado sempre!”.



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3 comentários:

Anônimo disse...

A análise começa pessimista, isso até me causa estranhesa por vim de uma pessoa extremamente positiva, de pensamentos altamente positivos, logo termina como deveria ser, com a mais alta classe e sinceridade do texto.
Quanto a achar que tudo que fizemos foi errado é normal do bicho homem. Seria chato alguém que só fizesse o certo, ao menos seria sem graça, previsível.

KK disse...

ô Mayara, vc é a cachorrinha de feira mais linda e que eu mais quero levar pra casa! (num serve meu abraço, né... eu sei)
Bom, mas não é nada de errado, nem tem jeito de errar qdo são as coisas do coração... Tbm não tem jeito de acertar, só sentir, rir e chorar. E nisso, somos especialistas! Viver é dói, mas é uma delícia.

bom final de semana
bjs

Anônimo disse...

Eu te adoto. Se a KK quiser, a adoto também. Assim, ninguém vai ficar mais sozinho.